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Apoio ao Investidor

Apoio ao Investidor


Recolha a informação, avalie e construa os seus Investimentos.

Processo de Investimento

O processo de decisão de investimento

O Processo de Decisão de Investimento envolve um conjunto de passos fundamentais para que se retire todo o benefício das aplicações a efetuar.

Os passos a seguir no Processo de Decisão do Investimento são os seguintes:

Definir os objetivos do investimento, ou seja perguntar "Para quê?" investir;
De acordo com os objetivos, objetivar bem qual o prazo do investimento, ou seja perguntar "Quanto tempo?" investir;
Ter em consideração, seguidamente, o tipo e o momento em que se vão efetuar os investimentos, ou seja perguntar com "Que regularidade?" vão ser efetuados os investimentos;
De seguida dever-se-á questionar com clareza qual o grau de incerteza dos resultados que se quer associar ao investimento, ou seja encontrar a resposta à pergunta "Que risco?";
Definidas as premissas iniciais do investimento, é importante seguidamente procurar no mercado financeiro quais os instrumentos financeiros que poderão integrar a carteira de investimento. Trata-se de responder à questão "Que risco?";
Em função dos valores disponíveis para investir, dever-se-á, ainda antes de constituir a carteira, definir qual o nível de diversificação que poderemos obter, ou seja responder à pergunta "Quantas parcelas?";
O controlo e o acompanhamento dos investimentos exigem o recurso a informações atempadas e completas sobre a evolução dos investimentos efetuados. Neste caso, como passo final antes da decisão, há que responder à pergunta "Que informação?" é necessária?;
Respondidas todas as questões, o investidor está capaz de tomar a decisão de investimento mais adequada, constituindo a sua carteira.

Defina os objetivos do investimento

A definição dos objetivos do investimento corresponde ao primeiro passo no processo de decisão. Efetivamente a resposta à questão "Para quê?", é um dos fatores que condicionam de forma muito precisa a natureza dos investimentos a efetuar e dos ativos que integrarão a carteira dos investidores.

Definir Objetivos Qualitativos

Todos os investidores têm em mente, quando investem os seus capitais, objetivos a alcançar num determinado horizonte temporal. Assim, o primeiro passo será estruturar as informações e definir com rigor os objetivos ou os projetos futuros que se ambicionam. É muito importante fazer uma lista dos objetivos de curto prazo e dos objetivos de médio e longo prazo e ordená-los por critérios de prioridade, definindo a sua importância relativa. Como exemplo, é mais comum identificar a educação dos filhos, a compra futura de uma casa, a criação de fundos principais ou complementares de reforma, o planeamento de impostos, a preservação e valorização da fortuna, etc. como objetivos prioritários do investimento.

Definir Objetivos Quantitativos

Cada objetivo qualitativo (férias, estudos, herança, etc.) deverá ter associado um objetivo quantitativo. Trata-se de definir o montante necessário para, no final do prazo de investimento, cumprir com os objetivos propostos. Por exemplo, "Deter, dentro de 3 anos, Euros 50.000 para a entrada na compra de um apartamento", ou, ainda "Deter, quando a Mariana fizer 22 anos, um montante de Euros 25.000 para financiar o mestrado no estrangeiro". Com base nesta informação, conjugada com a atual carteira, mais facilmente se decide quanto e como investir os montantes periodicamente disponíveis.

Ligar Objetivos a Investimentos

Ultrapassadas as fases anteriores, dever-se-á procurar afetar a atual carteira de investimentos a cada um dos objetivos a que se destinam. Na prática trata-se de criar pequenas "caixas" de poupança, cada uma com um objetivo específico e inventariar os meios já existentes para o alcançar. Este passo permitirá, com maior facilidade, definir mais adiante, a alocação das disponibilidades a cada uma das necessidades de investimento definidas.

Defina o prazo do investimento

Como se pode ver no exemplo acima, a definição do prazo do investimento obriga, necessariamente, à concretização do passo anterior: definir os objetivos do investimento. Efetivamente a questão "Quanto tempo?", não tem uma única resposta, mas tantas respostas quantos os propósitos a que se destinam as poupanças.

Ordenar os objetivos por prazos de investimento

Por norma consideram-se três grandes grupos relativamente a prazos de investimento: o curto prazo (até um ano), o médio prazo (entre 1 ano e 5 anos) e o longo prazo (mais de 5 anos). O prazo do investimento é muito importante na definição da carteira e do nível de risco que vai integrar.
É fundamental ordenar os diversos investimentos por ordem de horizonte de investimento. Os investimentos de mais curto prazo serão, por norma, efetuados em ativos de menor risco e, vice-versa, aos maiores prazos de investimento podem associar-se ativos de maior risco. Mesmo os mercados de ações, de risco mais elevado, obtêm quase sempre rendibilidades positivas quando o investimento nesses mercados se mantém por períodos superiores a 3 ou 5 anos.

Considerar o prazo de investimento como um conceito dinâmico

Convém equacionar com periodicidade regular (pelo menos duas vezes por ano) os objetivos de investimento e os respetivos prazos. O conceito de prazo de investimento não é estático, pois reduz-se sempre à medida em que nos aproximamos da data de utilização dos valores investidos.
Quando se inicia uma dada aplicação, torna-se importante analisar a probabilidade de perda dos capitais investidos, quer dizer, dos capitais iniciais. À medida em que se aproxima a data do objetivo do investimento, é importante ter em conta, não os capitais iniciais, mas a preservação dos montantes já obtidos com o investimento.

Entender o conceito de preservação do capital ao longo do tempo

Uma lógica de preservação permanente de capital levará o investidor a aplicar os seus capitais em ativos sem risco e, necessariamente, com baixos níveis de rendibilidade. Porém, sendo conhecido que a longo prazo os ativos com maior risco produzem maiores rendibilidades, ainda que com grandes oscilações de curto prazo, deve ter-se em conta que a preservação do capital investido (seja o capital inicial, seja o capital já obtido num qualquer dado momento) só se torna verdadeiramente importante à medida que se aproxima a data de utilização prevista para esses valores. Assim, um investimento em ativos de maior risco, deverá ir gradualmente reduzindo a parcela aplicada nesses ativos nos últimos 3 a 5 anos do seu tempo.

Considerar a periodicidade do investimento

A regularidade do investimento é outra variável que pode ser determinante no tipo de ativos que vão integrar a carteira do investidor.

Poupança regular, constante ou crescente

Quando o investidor tem capacidade financeira para poupar com regularidade, em montantes semelhantes ou crescentes, e não necessita desse valor para um imprevisto, pode, com mais à vontade, investir os seus capitais em ativos de maior risco. A preservação dos capitais é menos importante, pois o investimento não será fundamental para as necessidades financeiras normais, devido ao excedente financeiro que lhe permite fazer face a alguma necessidade de capital adicional.  A poupança regular permite que os ativos de maior risco vejam o seu custo médio mais estável e consegue aproveitar melhor os períodos de baixa que se verificam nos ciclos dos mercados financeiro.

Poupança irregular ou pontual

Se a capacidade de investir só permite poupanças pouco regulares ou mesmo só pontuais, o problema do risco de preservação do capital é fundamental, pois o investidor pode necessitar dos valores das suas poupanças para ocorrer a despesas da sua vida quotidiana. É importante que se crie um "Fundo de emergência" para ocorrer a estas despesas eventuais. Esta componente do património deverá será aplicada em ativos de baixo risco. Os restantes valores deverão ser investidos de acordo com os seus objetivos, horizonte de investimento e perfil de risco do investidor.

O "Fundo de emergência"

Esta componente do património, sendo fundamental para os investidores que não libertam em permanência excessos sobre as suas despesas correntes domésticas, é, ainda assim, importante para estes. De facto, quando a generalidade dos investimentos segue uma determinada estratégia, é útil dispor de um montante que possa ocorrer a despesas imprevistas, sem alterar a natureza dos investimentos de mais longo prazo.

Pense no risco que quer assumir

O risco de um investimento está associado à incerteza do seu resultado final e nem todos os investidores têm o mesmo perfil de risco.

Risco de curto prazo

Os depósitos a prazo têm, quer seja no curto prazo quer seja no longo prazo, risco de investimento nulo, pois, para além da imutabilidade do capital investido, logo no momento da constituição, é imediatamente conhecido o resultado final da taxa de remuneração. Já os fundos de obrigações têm risco baixo, com probabilidade reduzida de perda capital. Todavia, o resultado final poderá variar, pelo que o fator risco começa a estar presente. Um fundo de fundos, com uma carteira considerada equilibrada (menos de 50% em ações), permite maiores rendibilidades, mas já incorpora o risco de perda de capital inicial. Os fundos de ações, potenciam mais valias possivelmente mais significativas mas, no curto prazo, incorporam um risco elevando de perda do capital inicial.

Risco de longo prazo

Uma análise de longo prazo, relativamente ao risco, difere significativamente da análise de curto prazo. A possibilidade de perda dos capitais investidos a longo prazo, mesmo em ativos de maior risco, como as ações ou os fundos de ações, é potencialmente mais baixa. O nível de risco de um determinado investimento poderá ser reduzindo à medida que se aumenta o prazo de investimento, desde que a carteira esteja/seja devidamente diversificada.

Em resumo

Assim, falar em rendibilidade versus risco, corresponde a enunciar dois princípios fundamentais:

  • no longo prazo, mais risco gera potencialmente mais rendibilidade, numa carteira adequadamente diversificada;
  • no curto prazo mais risco aumenta significativamente a probabilidade de perda dos capitais investidos.

Equacione as diversas alternativas

Investir a curto prazo

Investir com objetivos de curto prazo significa tomar toda a atenção à preservação dos capitais investidos. Neste caso, o investimento tenderá a ser efetuado predominantemente em ativos de baixo risco. Investir em ativos de risco, com objetivos de curto prazo tem uma elevada probabilidade de perda de capitais.

Investir a médio prazo

Para objetivos de médio prazo poder-se-á investir em ativos de maior risco, potenciadores de maior rendibilidades. A percentagem de ações na carteira apresenta-se relacionada com o prazo do investimento. Assim, para investimentos de pouco mais que um ano não deve exceder 15% a 20%. Para prazos próximos dos 5 anos o investimento em ações poderá atingir valores próximos dos 70% a 80%, dependendo do perfil do investidor.

Investir a longo prazo

Numa carteira de longo prazo já se inclui um conjunto diversificado de ações e mercados de ações como componente fundamental. Para prazos superiores a 5 anos, o investimento em ações é aquele que apresenta maiores potencialidades de rendibilidade, com um nível de risco que deixa de ser significativamente elevado.

A componente tesouraria

Os fundos de tesouraria podem integrar as carteiras de médio e longo prazo, em ponderações pequenas (5%), como reservas de caixa para investimentos de oportunidade.

Os fundos de fundos

Os fundos de fundos são instrumentos bastante diversificados que devem ser escolhidos em função da sua composição. Os mais agressivos para longo prazo e os mais equilibrados para investimentos de médio prazo.

Diversifique a sua carteira

Risco de um activo e de uma carteira diversificada

A expressão "a longo prazo mais risco gera potencialmente mais rendibilidade" propende a ser aplicável a carteiras diversificadas e não a títulos individuais. Enquanto que as carteiras diversificadas tendem a seguir a evolução dos mercados, os títulos individuais tendem a seguir as contingências das empresas que representam e, em qualquer momento, sofrem com as suas vicissitudes.

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Algumas opções à disposição do Investidor:

  • Diversificar com títulos individuais
    Para que uma carteira seja tendencialmente diversificada, relativamente a um dado mercado, deverá integrar cerca de 15 a 20 títulos desse mercado, como mínimo. A partir desta dimensão, novos títulos podem não acrescentar grande valor à carteira. Neste caso, o investidor poderá selecionar os títulos com maior potencial e solidez e acompanhá-los, realocando a carteira se necessário.
  • Diversificar em Certificados
    Investir numa carteira constituída por certificados representa uma oportunidade de estar presente no mercado de ações e de mercadorias de uma forma simples e transparente (nos casos em que replicam fielmente o ativo subjacente), beneficiando da diversificação obtida pelo investimento em índices de ações e pelo investimento em mercadorias. A simplicidade de transação, com liquidez assegurada pelo emitente, e a transparência da sua performance, nos casos que replica fielmente o ativo subjacente de forma passiva, são algumas das características deste produto.
  • Advertência
    Os Certificados são instrumentos financeiros complexos sujeitos ao risco de flutuação do preço e ao risco associado ao mercado de Ações. Aconselha-se que os potenciais investidores estejam habituados a investir no mercado acionista e que tenham consciência da volatilidade do mercado de capitais. Não dispensa a consulta das fichas e notas técnicas de admissão à negociação disponíveis em millenniumbcp.pt, na sede do emitente, junto da Euronext Lisboa ou através do site www.euronext.com.
  • Diversificar com Fundos de investimento
    Os fundos de investimento constituem, tendencialmente, uma forma eficiente de constituir carteiras diversificadas de ativos. Através da seleção efetuadas pela sociedade gestora do fundo, o investidor tem acesso a fundos que se especializam em diferentes mercados, permitindo constituir carteiras com uma grande diversificação de investimentos, por títulos e por mercados.
  • Diversificar com fundos de fundos
    Com o recurso a fundos de fundos o investidor poderá constituir carteiras muito diversificadas, por tipos de instrumentos financeiros, por mercados e por títulos individuais. Um fundo de fundos corresponde a uma carteira de fundos individuais, pelo que a escolha do fundo de fundos mais adequado a cada investidor deverá ser efetuada em função da comparação da sua carteira objetivo com a carteira tipo de investimento do fundo de fundos.

Constituir uma carteira

Tente analisar cada objetivo como um investimento individual

Repense nos seus objetivos e analise cada um deles tendo em conta, preferencialmente, os critérios que enunciamos:

  • Defina as suas estratégias
    Para cada objetivo poderá definir uma estratégia específica. Escreva-a num documento e procure segui-la com rigor.
  • Preferencialmente invista com regularidade
    A disciplina no investimento é uma das formas de alcançar os objetivos pretendidos. Tente disciplinar as suas poupanças. Defina o valor a investir para o cumprimento de cada objetivo. Poderá criar planos de investimento regulares e estáveis.
  • Acompanhe os seus investimento
    Reveja o andamento dos seus investimentos periodicamente (trimestralmente ou semestralmente). Tente analisar a evolução de cada investimento, face aos objetivos, e reajuste a carteira ou os montantes atribuídos a cada objetivo, se tal for necessário. Tenha atenção à proteção do capital, quando estiver prestes a alcançar o seu objetivo.
  • Tente acompanhar os dados macroeconómicos fundamentais
    Não vá atrás dos grandes negócios e das aparentes oportunidades do mercado. O investimento estável, baseado em alocações de natureza estratégica permite, tendencialmente, obter melhores resultados. As estratégias baseadas em permanentes compras e vendas de títulos, em função das modas do mercado, podem ser destruidoras de valor e , por regra ,envolvem riscos muito elevados.

Ferramentas do millenniumbcp.pt

Para que os Clientes não percam oportunidades de Investimento, o millenniumbcp.pt disponibiliza um conjunto de ferramentas de apoio ao Investidor:

  • Diariamente, toda a informação relevante sobre Mercados Financeiros com conteúdos multimédia, através da página de Mercados e página de Research;
  • Ferramentas e aplicações para investir na Bolsa com a máxima segurança:
    - MTrader
    - Alertas de Bolsa: Alertas de cotações e situação das ordens de Bolsa, por SMS ou email
    - MobileBanking
  • Disponibilização, sem custos do Briefing Matinal Dow Jones onde podem consultar um resumo do que se passa nos vários mercados;
  • Ordens Stop;
  • Fundos de Sociedades Gestoras Internacionais;
  • Notícias essenciais para os investimentos, sem custos e em "tempo real", da Dow Jones;
  • Newsletter de Investimentos (semanal).

Regras Práticas de Investimento

Valor de uma Ação

O valor de uma ação pode ser definido de várias formas, algumas mais ou menos objetivas e outras bastante subjetivas. Os conceitos de valor de uma ação que tomam como base variáveis formais (capital social, por exemplo) ou contabilísticas (situação líquida contabilística, por exemplo) dão origem a montantes calculados com rigor.

Os conceitos que tomam como base variáveis de mercado, que flutuam permanentemente e que dependem, em cada momento do juízo dos investidores e dos mercados (a cotação ou preço de transação das ações), dão origem a montantes cuja validade depende da aceitação que cada interveniente. Os valores calculados por avaliadores (os chamados price targets, por exemplo) dependem, em termos de credibilidade da própria aceitação dos avaliadores e do seu prestígio junto dos investidores e dos mercados.

Valor Nominal de uma ação

É a parte proporcional do capital social representado por uma ação. Corresponde à divisão do capital social da empresa pelo número de ações emitidas, se tiverem todas a mesma categoria. Trata-se de um valor meramente formal, sem qualquer significado na perspetiva da avaliação da empresa. Em certos países (por exemplo os Estados Unidos da América) as ações não têm inclusivamente valor nominal, por desnecessário.

Valor Contabilístico de uma ação

É a parte proporcional dos capitais próprios contabilísticos (situação líquida contabilística, igual à diferença entre os ativos e os passivos contabilísticos) representado por uma ação. Apura-se dividindo o valor dos capitais próprios pelo número de ações emitidas.

Este cálculo deixa de ser muito rigoroso quando a empresa tem em circulação diferentes classes de ações não fungíveis (com diferentes direitos). O valor contabilístico da ação, apesar de mais importante que o valor nominal, na ótica da avaliação da empresa, tem igualmente pouca validade para esse fim.

Valor de Mercado de uma ação

É o valor a que as ações são transacionadas em mercados de Bolsa. Se o mercado for eficiente, o valor de mercado de uma ação corresponde à melhor avaliação da própria empresa, num dado momento preciso. O valor de mercado de uma ação corresponde às expectativas dos investidores relativamente à evolução futura da empresa que a ação representa.

Vários fatores têm influência nestas expectativas, designadamente:

  • as mais valias esperadas (especialmente para os investidores de curto prazo);
  • os dividendos esperados (quanto maior for o dividendo esperado mais atrativa se poderá tornar a ação);
  • a incerteza do negócio, que depende do risco da empresa, do setor em que se insere e do ambiente económico geral;
  • o crescimento potencial do negócio, que depende da qualidade da sua gestão e do potencial de crescimento do setor em que se insere, entre outros;
  • a remuneração de aplicações alternativas, tais como aplicações em depósitos ou em dívida publica, que condicionam o nível de remuneração que os investidores exigem para investir em instrumentos com risco.

Remuneração das ações

O rendimento do investimento em ações

O investimento em ações tem várias fontes de rendimento, sendo as mais importantes as que resultam da distribuição de dividendos e da obtenção de mais-valias. Dado que estas fontes de rendimento dependem dos resultados passados das empresas (a distribuição de dividendos) e expectáveis no futuro (as mais-valias), o investimento em ações envolve sempre um determinado nível de risco, manifestado na incerteza dos rendimentos que podem, inclusivamente, ser negativos.

Os dividendos

Os dividendos representam a parte do lucro distribuído aos acionistas. Após o apuramento de Resultados, a empresa convoca uma Assembleia Geral Ordinária para aprovação do Relatório e Contas da Administração e a proposta de aplicação de resultados e o montante de dividendos (se existir lucro) a distribuir pelos acionistas. Os dividendos podem ser ordinários ou extraordinários, podem ser pagos em dinheiro ou em produtos e podem também assumir a forma de compra de ações próprias (cujo valor reveste para os acionistas que as vendem).

Se dividirmos o dividendo distribuído pela cotação das ações obteremos um rácio muito simples designado de rendibilidade dos dividendos (dividend yield) e que representaria a taxa de rendibilidade do investimento em ações no período a que se reportam os dividendos, se a cotação das ações não se alterasse.

Mais (Menos)-Valias

As mais-valias correspondem à diferença entre o preço de venda e o preço de compra de uma ação. Chamam-se de mais-valias no caso desta diferença ser positiva (lucro) e menos-valia no caso da diferença ser negativa (prejuízo).

As mais e menos valias são designadas de potenciais, no caso de não se venderem os títulos mas apenas se compararem os prelos de compra com o seu valor de mercado atual. As mais-valias são brutas se compararem apenas preços ou líquidas se a este valor retirarem ainda os custos incorridos nas operações de compra e venda.

Benefícios não pecuniários das ações

Além dos benefícios de natureza pecuniária (dividendos e mais-valias), as ações integram ainda outros benefícios, designadamente, o direito de voto em assembleia geral, o direito a participar da administração da empresa e o direito de preferência na emissão de novas ações, entre outros benefícios que poderão ser estatutariamente estabelecidos pelos acionistas.

A rendibilidade de um investimento em ações

A rendibilidade de um investimento em ações apura-se dividindo a soma dos dividendos recebidos com as mais ou menos valias pelo respetivo preço de compra.

Rendibilidade = (Mais (menos)-valias + Dividendos) / Preço de compra

Aumentos de capital por subscrição

Aumentos de capital

As sociedades anónimas quando pretendem aumentar os capitais procedem à emissão de novas ações e à sua colocação junto dos investidores em operações de mercado primário. Estas operações revestem a forma de subscrições particulares, se forem efetuadas por pequeno número de investidores ou subscrições públicas, se se dirigirem a um número grande e indiscriminado de investidores.

As sociedades que procedem a ofertas públicas de subscrição são designadas de sociedades abertas. Quando de um aumento de capital, resulta um aumento da rubrica patrimonial Capital Social.

Aumentos de capital social sem entradas de dinheiro ou outros valores

Existem formas de aumento do capital social das quais não resulta a entrada de quaisquer novos valores para a empresa, mas apenas uma reorganização das suas rubricas patrimoniais e contabilísticas (aumento de capital por incorporação de reservas) ou a transformação de credores em acionistas (aumento de capital para conversão de obrigações convertíveis ou aumento de capital por transformações de créditos em capital).

Nestas situações não existe aumento do valor da empresa, com exceção de um efeito fiscal que pode ser negativo na situação de transformação de créditos.

Aumentos de capital social com entradas de dinheiro ou outros valores

Normalmente o aumento do capital social das sociedades tem como objetivo a obtenção de meios para financiar o seu desenvolvimento e crescimento, pelo que envolve o pagamento de um determinado preço na subscrição das ações, em mercado primário. Menos frequentemente, processam-se aumentos de capital em que o pagamento das ações se efetuada por entrada de ativos, como imóveis e materiais, que aumentam os meios de produção das empresas. Estas operações verificam-se em operações similares a fusões de empresas, por incorporação de uma empresa noutra.

O aumento de capital por emissão de novas ações para efeitos de pagamento de dividendos aos acionistas, não em numerário (dinheiro), mas em ações, assemelha-se a um encaixe financeiro, na medida em que o valor dos dividendos fica efetivamente na empresa.

Cálculo do valor das ações após um aumento de capital por subscrição:

O valor teórico de uma ação, após um aumento de capital por entradas de dinheiro, corresponde à soma do atual valor da empresa (número de ações multiplicado pela cotação) com o valor previsto de entrada de dinheiro no aumento de capital (número de ações a emitir multiplicado pelo preço de subscrição de uma ação), tudo a dividir pelo número total de ações depois do aumento de capital.

Independentemente do preço de subscrição, um acionista que mantenha a mesma percentagem de participação no capital da empresa, antes e depois do aumento de capital, não tem ganhos nem perdas anormais na operação. Se o preço de subscrição for inferior à cotação, no momento da emissão, os acionistas têm interesse em subscrever ações em proporção superior à sua participação no capital da empresa.

Direitos de subscrição

Quando uma sociedade aumenta o seu capital, pode conceder um direito preferencial de subscrição aos seus acionistas (ou mesmo, no limite, reservar a estes toda a subscrição do capital). Este direito chama-se Direito de Subscrição e é objeto de transação em bolsa, no caso das ações serem aí negociadas.

Quando é anunciada uma operação desta natureza, são prestadas informações sobre a última sessão de bolsa em que a transação de ações inclui o direito de subscrição e qual a primeira sessão de bolsa em que a transação de ações já não inclui o direito de subscrição.

Estes direitos de subscrição podem ser exercidos na subscrição de novas ações nas estritas condições da emissão e podem ser vendidos em bolsa durante o período de negociação de direitos, pelo que, assim ocorre a transferência do direito de propriedade sobre os mesmos.

O não exercício deste direito implica a perda do valor patrimonial na exata proporção do valor do direito, para o acionista detentor dos mesmos, além de que, se não forem colocadas todas as ações a emitir, as ações sobrantes poderão ser objeto de rateio por todos os acionistas que, no exercício dos seus direitos, expressem a vontade de se candidatarem a um nº de ações sobrantes.

Valor Teórico do Direito de Subscrição = (Preço da ação em mercado - Preço de subscrição novas ações) x Fator de conversão

Direitos de incorporação

Quando ocorre um aumento de capital por incorporação de reservas, é atribuído aos acionistas um direito que lhes permite receber novas ações na proporção das anteriormente detidas, sem que para tal tenha que efetuar qualquer esforço financeiro para o exercício desse direito.

Tal direito chama-se Direito de Incorporação de Reservas e é objeto de negociação em bolsa se as ações a que se referem forem aí negociadas. Quando é anunciada uma operação destas, os acionistas também são informados da última sessão de bolsa em que as transações de ações incluem o direito de incorporação de reservas e da 1ª sessão de bolsa em que a transação de ações já não inclui o direito de incorporação de reservas.

Valor Teórico do Direito de Incorporação = Valor Teórico da ação / Nº de direitos necessários para subscrever uma ação

Efeitos dos splits e dos dividendos

Splits ou desdobramento de ações

Os splits ou desdobramentos de ações consistem na divisão do seu valor nominal, através do aumento da quantidade de ações que representam o capital social da empresa (por exemplo, em Portugal, a maior parte das empresas dividiram o valor nominal das ações de 1.000$00 para 1 Euro, pelo que cada investidor que era titular de uma ação passou a deter cerca de 5 ações).

Numa operação deste tipo não existe entrada de dinheiro por parte dos detentores dos títulos, sendo apenas uma mera operação contabilística de divisão do valor nominal das ações. A empresa mantém o mesmo capital, só que dividido por um maior numero de ações.

Efeitos dos splits nas cotações das ações

Como não existe qualquer fonte de acréscimo de valor numa operação de desdobramento de ações, não deveria, teoricamente existir qualquer impacto na cotação das ações, além da sua divisão pelo mesmo rácio de desdobramento. Porém, verifica-se historicamente que, após a entrada em negociação do título com o seu novo valor nominal, este pode não ajustar totalmente na proporção do split efetuado, pelo que poderá existir um pequeno acréscimo de valor em favor dos acionistas.

Normalmente explica-se este efeito por diversas causas, nomeadamente o aumento da liquidez, o aumento da dispersão do capital e o efeito psicológico nos investidores, que encaram agora a ação com "barata", tornando-a apetecível a mais investidores.

O pagamento de dividendos e a cotação das ações

Os dividendos são a parte dos lucros de uma sociedade que são distribuídos a cada acionista, após a Assembleia Geral ter aprovado as contas do exercício e constatado a existência de lucros passíveis de distribuição. Quando os dividendos são pagos, teoricamente a cotação deverá reduzir-se num montante idêntico ao do dividendo distribuído.

No entanto, na prática tal ajustamento nem sempre é total, o que permite verificar que a cotação dos títulos subiu. Apesar destas variações no dia do pagamento dos dividendos poderem ser explicadas por acontecimentos e informações completamente diversos, é consensualmente aceite que pode existir um efeito de dividendos sobre a cotação, de uma maneira geral positivo.

Investir a curto prazo

Objetivos do investimento a curto prazo

Consideram-se, por norma, de curto prazo os investimentos que não se preveja se mantenham por mais que um ano. Um investimento de curto prazo tem subjacente um objetivo que se coadune com um horizonte temporal reduzido.

Normalmente existem três motivos fundamentais para que se invista a curto prazo:

  • para cobertura de riscos de curto prazo;
  • para fazer face a despesas que se irão manifestar a curto prazo;
  • e como forma de especular em preços e volatilidades.

Investir a curto prazo para cobertura de riscos

Certo tipo de investimentos de curto prazo funciona como mecanismo de cobertura de riscos com o mesmo horizonte temporal.

Por exemplo, se sabemos que temos um pagamento em moeda estrangeira dentro de um ou dois meses e podemos investir agora nessas dívidas, comprando-as já, estando por isso a anular o risco cambial do pagamento até à data da sua efetivação. Identicamente, se temos em carteira ações de determinada empresa que pretendemos vender, mas só o podemos efetuar dentro de um mês, por qualquer motivo, poderemos vender hoje futuros sobre esse título, anulando assim o risco de preço associado à sua detenção.

Assim, esta forma de investimento tem como objetivo reduzir os riscos da carteira de ativos e responsabilidades do investidor.

Investir a curto prazo para fazer face a despesas

Por vezes dispomos momentaneamente de dinheiro que deverá ser utilizado no pagamento de uma determinada responsabilidade, dentro de um prazo relativamente curto (por exemplo, vendemos uma casa e teremos que pagar uma nova casa dentro de dois meses, gerando-se assim uma disponibilidade significativa). Nestas situações o objetivo de preservação do capital é determinante na escolha do tipo de investimento a efetuar, privilegiando-se sempre a opção por instrumentos de risco nulo ou muito baixo. Assim, numa situação deste tipo, os depósitos a prazo, os fundos de tesouraria e os fundos de obrigações de taxa variável são os instrumentos adequados.

Relativamente aos fundos devem escolher-se aqueles que, no prazo previsto, não envolvem o pagamento de quaisquer comissões de subscrição ou resgate.

Investir a curto prazo para especular em preços

Trata-se de uma das formas de investir com mais risco. Os instrumentos que têm risco de preço significativo, designadamente ações, futuros e opções, dão instrumentos escolhidos pelos especuladores para investir em curto prazo e poder ganhar taxas de rendibilidade elevadas em períodos muito pequenos. Os estudos mostram que é muito difícil ganhar mais que os mercados em geral, de uma forma sustentada, pelo que raramente uma estratégia deste tipo tem resultados positivos significativos.

No curto prazo os preços destes mercados sobem e descem, por vezes com grandes amplitudes, criando grandes oportunidades de lucro. Porém os investidores não têm meios de, sustentadamente, conhecerem essas oscilações de preços por antecipação, em mercados eficientes, pelo que não aproveitam essas eventuais oportunidades. Deste modo, investir a curto prazo é uma atitude de muito risco perante os mercados.

Investir a longo prazo

Objetivos do investimento a longo prazo

Grande parte dos investidores e dos investimentos têm objetivos de longo prazo, quer dizer, por períodos superiores a 3 anos. Neste âmbito, encontramos os investimentos que se destinam à criação de fundos de reforma complementares, os investimentos que procuram criar um valor de herança para filhos, os investimentos que financiarão os estudos universitários de filhos pequenos, por exemplo.

A escolha dos melhores ativos para um investimento a longo prazo depende, sempre do perfil de risco dos investidores e do perfil de risco dos investimentos. Porém devemos ter sempre em atenção que o risco dos instrumentos financeiros não é uma medida absoluta, mas para um mesmo instrumento o nível de risco varia em função do horizonte de investimento.

Risco de longo prazo versus risco de curto prazo

Numa perspetiva de curto prazo poderemos referir que as ações são instrumentos de elevado risco, devido à flutuação das cotações que podem dar origem a perdas de valor do investimento. Porém, a história dos mercados financeiros mostra-nos que, a longo prazo, o investimento em ações raramente leva a que os investidores tenham rendibilidades negativas.

Verifica-se que, nos mercados eficientes e mais desenvolvidos, os investimentos em mercados de ações por períodos superiores a 5 anos têm uma probabilidade muito baixa de desvalorização dos capitais e geram rendibilidades elevadas. Deste modo, podemos dizer que o investimento em ações (numa carteira diversificada) tem um risco muito elevado no curto prazo e um risco relativamente baixo quando o investimento tem como horizonte um prazo alargado, superior a 5 anos.

Investimento a longo prazo e rendibilidade

É conhecida a norma que refere que a um maior nível de risco corresponde um maior nível de rendibilidade. Tal observação é verdadeira se se considerarem os seguintes pressupostos: falamos em valores esperados, referimo-nos a carteiras de títulos e não a títulos individuais e consideramos mercados desenvolvidos e com um nível significativo de eficiência.

Investir a longo prazo em títulos individuais ou carteiras diversificadas

As regras básicas acima enunciadas aplicam-se a carteiras de títulos diversificadas, como os índices de mercado e os fundos de investimento, mas não são válidas quando equacionamos títulos individuais. No caso de carteiras diversificadas de ações, a sua evolução tende a acompanhar a evolução do próprio mercado que, tendencialmente, acompanhará também a evolução da economia onde se insere.

Um título individual depende da evolução da própria empresa e dos fatores específicos que a condicionam. O mercado é um desses fatores, mas existem outros internos à empresa que se lhe podem sobrepor. Por exemplo, uma carteira de ações portuguesas diversificada acompanhará, em princípio a evolução do índice de ações da bolsa portuguesa. Esta, por sua vez, acompanhará também no longo prazo, a evolução da economia portuguesa. Ora, não é improvável que mesmo num cenário desta natureza uma determinada empresa possa ver desvalorizar completamente as suas ações e, mesmo, entrar em falência por fatores que lhe podem ser completamente internos (um incêndio, a desatualização dos seus produtos, etc.).

Em resumo, e como regra, deveremos sempre investir em carteiras de títulos (diretamente ou através de fundos de investimento) como atitude racional face ao risco dos mercados.

Construir uma carteira de ações defensiva

Ações defensivas

Consideram-se, ações defensivas as ações cujo nível de risco é inferior ao risco geral do mercado. Este tipo de ações tenderá a ter uma menor volatilidade que o próprio mercado, representado por um índice. Em termos quantitativos, as ações defensivas têm um indicador Beta inferior à unidade (o indicador Beta mede o risco de mercado dos títulos, tendo em conta que o próprio mercado tem um indicador Beta igual a 1).

As ações defensivas por norma correspondem a ações de empresas de sectores de atividade que têm poucas flutuações no seu negócio, em função dos ciclos políticos e económicos e das decisões de natureza político-económica.

Normalmente tratam-se de sectores ligados ao abastecimento ou à prestação de serviços básicos (eletricidade, água, gás, etc.) e em fases maduras do seu ciclo de negócio.

Investir em ações defensivas

Investir em ações defensivas é uma estratégia que tem como objetivo obter um prémio de risco inferior ao prémio de risco do mercado em geral mas, em contrapartida, terá menos risco e menos flutuações nas cotações.

Conceitos Fundamentais

Estrutura do Mercado de Capitais

Mercado de Capitais
É composto pelo Mercado Primário e pelo Mercado Secundário.

Mercado Primário
Assegura a colocação no mercado dos títulos novos, mediante a sua emissão e subscrição.

Mercado Secundário
Local (físico ou eletrónico) onde se transacionam os valores mobiliários emitidos no mercado primário posteriormente às datas de emissão, funcionando normalmente sob a forma de Bolsas de Valores. É aqui que se desenvolve toda a negociação de ações, obrigações e outros valores mobiliários. Tem como função assegurar a liquidez aos títulos emitidos, e espelhar a sua correta valorização. É o segmento do mercado financeiro respeitante às transações de produtos financeiros já existentes.

Mercados Especiais
Os Mercados Especiais foram criados com vista à transação de obrigações ou outros valores mobiliários ou para a realização de determinadas modalidades específicas de operações. De momento apenas está regulamentado em Portugal o MEOG, que corresponde ao mercado especial de obrigações por grosso onde atuam basicamente os investidores institucionais.

Mercado de Balcão
O Mercado de Balcão integra todas as transações de compra e venda de valores mobiliários efetuadas fora de bolsa. Designa-se, por isso, frequentemente de mercado fora de bolsa.

Sessões Normais de Bolsa
As sessões normais de Bolsa destinam-se à transação corrente de valores mobiliários admitidos à cotação ou negociação na Bolsa e realizam-se em todos os dias úteis.

Sessões Especiais de Bolsa
As sessões especiais de bolsa são especialmente organizadas e destinadas à transação de valores mobiliários que não se encontram admitidos à negociação em qualquer mercado de Bolsa, quando o seu volume ou o modo como devam ser transacionadas assim o justifique, como é o caso de Ofertas Públicas de Venda, Ofertas Públicas de Aquisição e Ofertas Públicas de Troca. Realizam-se esporadicamente quando a especificidade das operações o exige.

Mercado de Cotações Oficiais
É o segmento de mercado da Bolsa na qual todas as ações e outros valores mobiliários são negociados através de um sistema de negociação em contínuo. É o mercado mais exigente nos critérios para admissão à cotação, designadamente em termos de dimensão das empresas, níveis de informação e graus de dispersão das ações.

Segundo Mercado
O segundo mercado destina-se à transação de valores mobiliários que não verifiquem todas as condições de admissão à cotação no COM, com menores exigências em termos de dimensão, informação e dispersão das ações.

Mercado Sem Cotações
Este mercado destina-se à transação de valores mobiliários em relação aos quais se não verifiquem as condições necessárias à admissão no MCO ou no Segundo Mercado, podendo os títulos ser admitidos à negociação por tempo limitado ou ilimitado. Os preços formados neste mercado não são designados de cotação, por não serem representativos de um efetivo mercado, mas apenas de transações pontuais.

Funcionamento da Bolsa

Ordens de Bolsa

As operações de compra e venda de valores mobiliários são executadas nas bolsas pelos corretores a partir de ordens dadas por clientes. Estas ordens são designadas de Ordens de Bolsa. A ordem de bolsa representa um mandato relativo às operações de compra e de venda em bolsa de quaisquer valores mobiliários.

Quem executa as ordens de bolsa

As ordens de bolsa podem ser dadas aos intermediários financeiros, às sociedades corretoras e às sociedades financeiras de corretagem e por eles recebidas em qualquer momento, antes da abertura das sessões de bolsa ou no seu decurso. No entanto, apenas as sociedades corretoras e as financeiras de corretagem operam diretamente na Bolsa, pelo que executam tanto as ordens recebidas diretamente dos seus clientes como as ordens recebidas através dos Bancos.

Índices de Bolsa

Os índices de bolsa correspondem a carteiras com determinada composição que procuram refletir a evolução de um determinado mercado ou de parte desse mercado. Por exemplo, um índice geral de um mercado será equivalente a uma carteira onde se incluíssem todos os títulos desse mercado. A evolução deste índice representa, deste modo, a evolução do mercado ou, como também se pode referir, a evolução da carteira do mercado.

Índice PSI 20
É constituído pelas vinte ações mais líquidas e representativas, negociadas no Mercado de Cotações Oficiais da Bolsa de Valores de Lisboa. A composição da carteira é revista semestralmente. Este índice não leva em conta o pagamento de dividendos no seu cálculo, pelo que a rendibilidade que apresenta corresponde apenas à evolução dos preços dos valores mobiliários. Este índice foi criado pela Bolsa de Derivados do Porto para servir como ativo de suporte ( ou ativo subjacente) na negociação de instrumentos derivados (futuros e opções)

Índice BVL 30
É constituído por 30 ações admitidas ao Mercado de Cotações Oficiais da Bolsa de Valores de Lisboa, consideradas as mais representativas em termos de liquidez e de capitalização bolsista e atendendo à dispersão do capital. A composição da carteira é revista no final de cada trimestre. Este índice inclui a rendibilidade total dos valores mobiliários, na medida em que considera os dividendos distribuídos por todas as ações que o integram.

Índice BVL Geral
É constituído por todas as ações admitidas ao Mercado de Cotações Oficiais da Bolsa de Valores de Lisboa que apresentem níveis de liquidez/dispersão considerados aceitáveis. Trata-se igualmente de um índice de rendibilidade total.

Índices BVL Sectoriais
São calculados decompondo a carteira do índice BVL Geral nos diversos sectores nos quais é classificada a atividade económica exercida pelas sociedades. Existem vários índices sectoriais, representativos dos diversos sectores de atividade com ações negociadas na Bolsa de Valores de Lisboa.

Média Dow Jones (Dow Jones Industrial Average)
É o indicador de ações mais antigo ainda em uso, medindo as performances dos mercados financeiro americano. As 30 ações incluídas atualmente no DOW são cotadas no NYSE (Bolsa de Nova Iorque), exceto a Microsoft e a Intel que são cotadas no Nasdaq. São títulos representativos das principais empresas americanas. No rigor dos princípios, o Dow Jones não é um índice, mas uma média de preços.

Índice SP 500
Este índice mede a performance global do mercado acionista americano através de 500 ações que representam as principais industrias.

Índices NASDAQ
São constituídos pelos títulos de empresas tecnológicas cotados no mercado eletrónico Nasdaq. Existem vários índices Nasdaq que representam diversas carteiras teóricas de títulos (Nasdaq 100, Nasdaq Composit, Nasdaq sectoriais, etc.

Índice DAX 30
É constituído por 30 títulos representativas das principais empresas alemãs.

Índice FTSE 100
É constituído pelos 100 títulos representativos das empresas de maior capitalização bolsista na bolsa londrina.

Índice IBEX 35
É representativo dos 35 títulos mais transacionadas na bolsa espanhola.

Índice CAC 40
É constituído por 40 títulos representativas das principais empresas francesas.

Tipos de Índices
Podemos classificar os Índices segundo os seguintes critérios: 1. geométricos ou aritméticos, depende se é através de uma média Geométrica ou Aritmética o cálculo dos preços médios das ações que os compõem 2. ponderados (BVL) ou não ponderados, depende se a base de referência é um índice de Laspeyres ou de Paasche 3. de preços (PSI 20) ou de rendimentos (BVL 30), depende do tratamento dos dividendos 4. totais ou parciais, podem ser seguidos vários critérios na composição do índice: podemos calcular índices sectoriais (BVL Sectorial), apenas de empresas privatizadas, 5. nacionais ou internacionais, depende se incluem na sua composição apenas um país (PSI 20) ou se incluem uma região ou um espaço económico (Euro Stoxx 50)

Tipologias de Ordens de Bolsa

Ordens Normais
São as ordens mais comuns, indicando a quantidade e o preço do valor mobiliário que se quer transacionar.

Ordens Tudo ou Nada
Trata-se de ordens que são anuladas e não efetivadas se não for satisfeita a quantidade total da oferta de compra ou venda.

Ordens com Mínimos
A execução terá que corresponder a uma quantidade mínima de valores mobiliários para ser válida.

Ordens Basket
É o envio automático de um conjunto de ordens.

Ordens Stop
Trata-se de ordens em que, no caso de uma ordem de compra, o investidor torna-se comprador logo que a cotação praticada iguale ou exceda o preço limite estabelecido, e, tratando-se de ordem de venda, se torna vendedor logo que a cotação praticada, iguale ou desça abaixo do preço limite, convertendo-se a ordem, em qualquer dos casos, a partir do momento em que esse preço é atingido, em simples ordem com limite de preço ou em ordem a qualquer preço, consoante nela se indique ou não um segundo limite de preço para a sua realização.

Ordens com limite de preço
São ordens em que o investidor indica qual o preço a que quer que a ordem de Bolsa seja realizada.

Ordens ao melhor (fill ou kill)
São ordens em que o investidor quer ter a certeza que efetua a ordem por isso não indica a que preço a vai efetuar, sendo realizada ao melhor preço que exista de momento no mercado. É um tipo de ordem que em caso de forte volatilidade bolsista pode originar fortes prejuízos, dado que a instabilidade nos preços não permite ter uma noção a que preço as ordens vão ser executadas.

Ordens ao último preço
São ordens em que o investidor quer que a ordem seja efetuada ao mesmo preço do último negócio efetuado.

Ordens ao preço de compra
São ordens em que o investidor quer que a ordem seja realizada ao mesmo preço da melhor oferta de compra do mercado.

Ordens ao preço de venda
São ordens em que o investidor quer que a ordem seja realizada ao mesmo preço da melhor oferta de venda do mercado.

Validade das ordens de bolsa
No momento em que são emitidas as ordens de bolsa podem ser dadas apenas para a sessão, sendo apenas válidas para o próprio dia, podem ser válidas até ao fim do mês corrente, se não forem canceladas ou podem ter uma validade não estandardizada, valendo até ao dia indicado pelo investidor, até um máximo de 30 dias.

Liquidação Física e Financeira

Conceitos de liquidação física e financeira

A liquidação ocorre após a realização das transações e pode ser subdividida em: Liquidação Física, consiste na entrega pelo vendedor ao comprador dos valores mobiliários e Liquidação Financeira, consiste na entrega pelo comprador ao vendedor do montante acordado. A crescente desmaterialização dos valores mobiliários e a integração do valores mobiliários na Central de Valores Mobiliários veio aproximar a liquidação física da liquidação financeira, nas operações efetuadas na BVL. O processo de liquidação efetiva-se através da CVM (Central de Valores Mobiliários), cuja gestão está a cargo da Interbolsa.

Prazos de liquidação das operações de bolsa

Os prazos para a liquidação física e a financeira são 2 dias úteis após a conclusão da operação, pelo que só após estes prazos os valores mobiliários ou o dinheiro ficam disponíveis. No entanto, é possível fazer day-trade, ou seja, comprar e vender valores mobiliários no próprio dia, dados que as liquidações de ambas se irão realizar daí a 2 dias úteis. A liquidação financeira é promovida pela CVM junto do Banco de Portugal por compensação das posições financeiras dos corretores e intermediários financeiros. A liquidação física dá-se a partir da especificação dos negócios e da identificação das contas das instituições financeiras e dos corretores na CVM, no 2º dia útil seguinte à conclusão da operação.

Recompra de ações

O vendedor que à data da liquidação física não tiver disponíveis os valores mobiliários vendidos, fica sujeito a suportar o respetivo preço de recompra, ou seja, o preço a que venham a ser adquiridos no mercado para serem entregues ao comprador.

Conceito de Valores Mobiliários

Valores Mobiliários

São considerados Valores Mobiliários, além de outros que a lei como tal qualifique:

  • i) as Ações,
  • ii) as Obrigações,
  • iii) os Títulos de Participação,
  • iv) as unidades de participação em instituições de investimento coletivo,
  • v) os direitos à subscrição, à aquisição ou à alienação de valores mobiliários referidos nas alíneas anteriores, que tenham sido, emitidos de modo autónomo,
  • vi) os direitos destacados dos valores mobiliários referidos nas alíneas anteriores i) e iv), desde que o destaque abranja toda a emissão ou série ou esteja previsto no ato da emissão.

Por regulamento da Comissão Do Mercado de Valores Mobiliários ou tratando-se de valores mobiliários de natureza monetária, por aviso do Banco de Portugal, podem ser reconhecidos como valores mobiliários outros documentos representativos de situações jurídicas homogéneas que visem, direta ou indiretamente, o financiamento de entidades públicas ou privadas e que sejam emitidos para distribuição junto do público, em circunstâncias que assegurem os interesses dos potenciais adquirentes.

Valores mobiliários admitidos à negociação em Bolsa

Podem ser admitidos à negociação os seguintes Valores Mobiliários:

  • Fundos públicos nacionais e estrangeiros;
  • Ações e Obrigações, incluindo Obrigações de caixa, emitidas por sociedades e outras entidades nacionais ou estrangeiras;
  • Títulos de Participação;
  • Outros valores mobiliários a que, por disposição legal, seja atribuída a negociabilidade em Bolsa (unidades de participação de fundos de investimento fechado) e
  • os direitos de conteúdo económico destacáveis dos valores referidos ou sobre eles constituídos e que sejam susceptíveis de negociação autónoma.

Conceito amplo de valor mobiliário

Abrange os valores mobiliários de natureza monetária (caso do papel comercial) e os valores mobiliários que são expressamente incluídos do código MVM.

Conceito Restrito de valor mobiliário

Corresponde à definição de valor mobiliário para efeitos do Código do MVM.

Representação dos valores mobiliários

Os valores mobiliários podem estar incorporados em títulos físicos (valores titulados) ou podem ser representados por inscrições em contas de valores mobiliários (valores escriturais). O Código dos Valores Mobiliários admite e consagra o princípio coexistência de valores mobiliários titulados e escriturais.

Fungibilidade dos valores mobiliários

Os valores mobiliários que constituem conjuntos homogéneos de valores que conferem aos seus titulares direitos idênticos são considerados fungíveis, quer dizer perfeitamente substituíveis uns dos outros. A fungibilidade é requisito essencial à sua negociação dos valores mobiliários em mercados organizados.

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